GARANTIA DO GOVERNO CARLOS MOISÉS: “JORGINHO MELO VAI RECEBER O ESTADO COM AS FINANÇAS EQUILIBRADAS E SEM PASSIVOS”

Secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, apresentou balanço do 2º quadrimestre na Comissão de Finanças da Alesc.

“O novo governo que assume no início de 2023 em Santa Catarina receberá um Estado com as finanças em equilíbrio e sem passivos”, foi o que declarou hoje, na Assembleia Legislativa, o secretário Estadual da Fazenda Paulo Eli ao apresentar na Comissão de Finanças e Tributação o balanço financeiro da administração referente ao 2o. quadrimestre deste ano.

Em relação ao orçamento em vigor, o secretário apontou que, entre os meses de maio a agosto deste ano, o governo de Santa Catarina, registrou uma arrecadação de   R$ 28,240 bilhões em impostos, despendeu R$ 26,173 bilhões em despesas, registrando R$ 2,07 bilhões de superavit. O balanço financeiro da administração estadual  foi apresentado hoje pelo secretário  da Fazenda, Paulo Eli, ao participar  na Assembleia Legislativa, da reunião ordinária da Comissão de Finanças e Tributação. A exposição do  relatório  orçamentário referente ao 2º quadrimestre de 2022 é estabelecida por determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Apesar do resultado positivo, o montante ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando chegou a R$ 2,466 bilhões. Na soma dos impostos recolhidos pelo governo, o ICMS seguiu à frente, sendo responsável por 63,20% do total das receitas, chegando a R$ 17,85 bilhões.

O secretário lembrou, aiunda que, na soma dos impostos recolhidos pelo governo, o ICMS seguiu à frente, sendo responsável por 63,20% do total das receitas, chegando a R$ 17,85 bilhões. Já a Receita Corrente Líquida Disponível, índice que serve de base de cálculo para o repasse de recursos para os poderes e órgãos públicos, chegou a R$ 18,30 bilhões, possibilitando a destinação de R$ 4,03 bilhões.

DIVISÃO DE RECEITA

No comportamento da despesa, foram destacadas diversas elevações, como 366% nos recursos disponibilizados para investimentos, 21% nos gastos com pessoal e encargos sociais e 18% na manutenção dos serviços públicos, ante um IPCA de 8,73% no período. Sobre esta questão, Paulo Eli observou que impactaram nos resultados a adoção do piso salarial do magistério e o aumento dos custos com a área da saúde, impactada com a pandemia de Covid-19.

Especificamente sobre os gastos com pessoal, o diretor de Contabilidade e Informações Fiscais da SEF, Jefferson Fernando Grande, especificou que o Estado se manteve dentro dos limites da LRF. “Encerramos o segundo quadrimestre com 41,92% da despesa com pessoal em relação à Receita Corrente Líquida, ou seja, abaixo do limite de alerta, que é de 44,10%.”

Na relação entre receitas e despesas correntes, outro índice fiscal importante da LRF, o Estado chegou a 82,83%, diante do limite de 95%. Apesar de positivo, o resultado ficou distante da meta traçada pelo governo, comentou Paulo Eli. “Precisamos ser mais ousados, ter mais trajetória e chegar em 75%, o que nos vai possibilitar aumentar o ritmo de investimentos e reduzir a dívida pública.”

INVESTIMENTOS E DESPESAS

No que se refere aos mínimos constitucionais, foram aplicados R$ 3,48 bilhões na área da saúde, ou 13,32% da Receita Corrente Líquida (RCL), acima dos 12% exigidos legalmente. Já para a educação, os repasses chegaram a R$ 6,60 bilhões, o que equivale a 26,44% da RCL, diante dos 25% fixados em lei. No que se refere ao Fundeb, 77,37% dos seus recursos foram destinados para a remuneração dos profissionais da educação básica, ante os 70% fixados na legislação federal.

Já as áreas da segurança pública e desenvolvimento social foram contempladas com R$ 3,33 bilhões e R$ 77,11 milhões, respectivamente. Os investimentos realizados pelo governo, como obras e a aquisição de equipamentos, receberam R$ 4,35 bilhões, valor 383% superior em relação ao segundo quadrimestre do ano passado.

Um fato apontado pela secretária-adjunta da Fazenda, Michele Patricia Roncalio, foi a elevação de 8,98% no déficit do resultado previdenciário em relação ao mesmo período do ano passado, com o registro de R$ 2,17 bilhões de receitas, contra R$ 5,79 bilhões de despesas. “Vejam que a previdência envolve um consumo de recursos significativo. A nossa despesa previdenciária é mais que o dobro da nossa receita previdenciária, mas com algumas medidas conseguimos ter um controle desse crescimento, que ficou em 8,98%, muito pouco acima do IPCA no período, de 8,73%.”

A dívida consolidada do Estado chegou a R$ 22 bilhões, ou 37,18% da RCL, mantendo o resultado do quadrimestre anterior. O limite estabelecido pela LRF para o endividamento dos estados é de até 200% da RCL.

No que se refere à capacidade de pagamento, índice de acompanhamento da Secretaria do Tesouro Nacional e que compara as trajetórias de índices de endividamento e poupança corrente, foi mantida a classificação “B”, mantendo a capacidade do estado em realizar operações de tomada de crédito.

2023: EXPECTATIVAS

Ao final da explanação, a deputada Luciane Carminatti (PT), representando os demais integrantes da Comissão de Finanças, apresentou uma série de questionamentos ao secretário, sobretudo com relação à expectativa em relação às finanças do Estado a partir do próximo ano.

Em resposta, Paulo Eli afirmou que o novo governo que assume no início de 2023 receberá um Estado com as finanças em equilíbrio e sem passivos, além dos já recebidos pela gestão de Carlos Moisés, como a dívida pública e os precatórios. “Vamos passar o Estado com todos os fornecedores em dia e funcionando a pleno vapor. Basicamente, o que vai ficar são as dívidas de legado, que são recebidas em todas as gestões.”

Ele disse que a atual administração também já tomou as medidas necessárias para contornar a queda de arrecadação decorrente da redução das alíquotas do ICMS dos combustíveis, energia elétrica e comunicações, que soma R$ 300 milhões ao mês. Foram citadas a saída do sistema de substituição tributária; a redução de 17% para 12% na alíquota de imposto nas operações entre contribuintes, em especial na indústria; e o incremento nos investimentos na infraestrutura de logística e em programas como o Pró-Emprego.

Paulo Eli fez ainda uma defesa do modelo aplicado na Secretaria de Estado da Fazenda durante a sua gestão, afirmando que manteve benefícios fiscais a alguns setores econômicos específicos como forma de manter os investimentos privados, fomentar a geração de empregos e elevar o nível da arrecadação pública.

O gestor observou, entretanto, que ainda há margem para a redução dos benefícios fiscais de muitos outros setores, deixando a questão para ser resolvida pelos deputados no ano de 2023. “Eu pergunto para vocês, picanha e cerveja precisam ter benefícios fiscais? Essa é uma pergunta que o Parlamento precisa responder no ano que vem, quando isto for trazido.”

 

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