COMSEG ESCOLAR EM SC: COMUNIDADES DEBATEM E APOIAM AÇÕES DE SEGURANÇA NAS UNIDADES D ENSINO

A audiência aconteceu na Câmara Municipal de Joinville.

A participação e apoio de lideranças e representantes das comunidades de Blumenau e Joinville, nas duas primeiras audiências públicas macrorregionais, realizadas na quinta e na sexta feira, pelo Comseg Escolar, o Comitê de Operações Integradas de Segurança Escolar, demonstraram firmeza, comprometimento e certeza de que as ações implantadas, desenvolvidas e coordenadas pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina traduzem as verdadeiras bandeiras de paz e de cidadania. As próximas audiências estão marcadas para Lages, na quinta feira, sexta em Chapecó, dia 15 em Criciúma e dia 16 em Florianópolis.

Para o presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), o processo de consultas públicas é fundamental para a construção do projeto que vem sendo elaborado no Legislativo estadual. “Os debates estão nos dando a certeza para o bom encaminhamento. Nós estamos oportunizando às pessoas se manifestarem nessas audiências”.

Segundo disse, muitas manifestações têm surpreendido os parlamentares, levando-os a reflexões diferentes daquilo que inicialmente imaginavam como sendo um projeto ideal para Santa Catarina. “Hoje se percebe que se foca muito no convívio família escola, nesta convivência mais harmoniosa, da presença da família no dia a dia do desenvolvimento da educação dos seus filhos lá na escola com os professores.”

BLUMENAU

Na reunião de Blumenau, quinta feira, no Espaço Dom Concept Hall, os participantes apresentaram pedidos por mais investimentos em estruturas de proteção e o cumprimento da legislação que determina a disponibilização de psicólogos e assistentes sociais nas unidades escolares.

León Moreno, pai de estudante da EEB Adolpho Konder, em Blumenau, sugeriu a elevação da altura dos muros, a colocação e concertinas (fios em espiral com lâminas cortantes) e também a utilização de câmeras de movimento em 360 graus e botões de alerta de emergência. Estes últimos já foram aplicados em alguns pontos da cidade. Ele criticou, entretanto, a burocracia existente para a implementação destas medidas. “É muito bom ter espaço de voz nas diretorias das escolas, mas a gente sente, como pai, que infelizmente a ligação entre as unidades escolares e o governo é muito difícil e demorada.”

O defensor público Alberto Silva Lima propôs a promoção de campanhas de orientação e distribuição de materiais didáticos visando combater o extremismo, o preconceito e discursos de ódio. “É necessário, deputados, que conste nesse projeto, ações para a orientação em direitos, conscientização e promoção dos direitos humanos nas escolas públicas e particulares do estado de Santa Catarina.”

A procuradora da Infância e Juventude do Ministério Público de Blumenau, Débora Nicolazzi, afirmou que a solução para o problema na violência das escolas passa também pela prevenção,  com políticas públicas de saúde e de assistência. A seu ver, a medida poderia identificar de forma antecipada problemas de bullying e de relacionamento interpessoal e familiar. “É essa a ideia do Ministério Público, para que se fortaleça a educação e se fortaleça o ensino dentro das escolas, não só de conteúdo, mas também de cidadania e de democracia”.

JOINVILLE

Os pedidos pelo desenvolvimento nos ambientes escolares de uma cultura para a paz, que leve em conta o combate ao preconceito em suas diferentes formas e a promoção da cidadania, deram a tônica da audiência pública na Câmara Municipal de Joinville.

O coronel Márcio Leandro Reisdorfer, que comanda a 5ª Regional da Polícia Militar de Joinville, falou que a corporação tem intensificado as rondas nas escolas, no âmbito do programa Escola Mais Segura. Outra iniciativa que destacou foi o protocolo Fugir, Esconder e Lutar, derivado do programa Atirador Ativo, de origem norte-americana, que recomenda os procedimentos mais acertados a se fazer no caso de um ataque a uma unidade de ensino. “Há uma nova realidade para a nossa população e nós temos que lidar com isso, trazendo resultados para a população, como os treinamentos que são realizados por meio deste protocolo.”

O professor Alex Kreisch, da Escola de Educação Básica Presidente Médici, de Joinville, afirmou que são comuns nas unidades do município casos de racismo, misoginia, lgbtfobia, e discursos de ódio.
O docente, que também atua como diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), afirmou que a entidade é contra a presença de pessoas portando armas de fogo no ambiente escolar. ”Nós queremos, sim, polícia científica, política técnica, que faça a investigação, profissionais qualificados, para dar segurança a todos, não que se construa grades e muros. Isso não é a função da escola. A escola precisa ser acolhedora, precisa ser democrática, precisa aceitar as coisas que estão acontecendo”.

Paulo Rogério Rigo, gestor da Secretaria de Segurança Pública de Joinville, destacou principalmente os equipamentos que estão sendo instalados em todas as unidades escolares da cidade, tais como câmeras de monitoramento, botão do pânico e totens de segurança, e o aumento dos efetivos da guarda municipal.

Os investimentos, disse, já vem sendo feitos desde o ano de 2021, mas foram intensificados após o ataque à creche de Blumenau, ocorrido no dia 5 de abril, do qual resultaram 5 crianças mortas e 5 feridas. “Também quero citar a criação de um núcleo de inteligência, que atua junto com as forças de segurança. E quando surge um problema dessa natureza dentro das nossas unidades de educação, esse núcleo age rapidamente.”

O Delegado Regional da Polícia Civil de Joinville, Rafaello Ross, afirmou que a instituição tem buscado ampliar os serviços de inteligência, com o monitoramento das redes sociais, e também tem procurado trabalhar, em conjunto com a Polícia Militar, para a criação de protocolos de repressão, nos casos em que os atos de violência sejam efetivados.

 

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