CPI DOS RESPIRADORES: ACAREAÇÃO ENTRE ENVOLVIDOS VOLTA A DEMONSTRAR CONTRADIÇÕES

Dois pontos centralizaram as respostas dos ex-secretários da Saúde, Helton Zeferino, da Casa Civil, Douglas Borba e da servidora da Saúde, Marcia Regina Pauli na acareação promovida pela CPI dos Respiradores ontem à noite na Assembleia Legislativa: quem, no governo, autorizou o pagamento antecipado dos equipamentos e quem autorizou o depósito de R$ 33 milhões na conta da Veigamed.

Helton Zeferino e Marcia Pauli não assumiram responsabilidade pelo pagamento antecipado dos R$ 33 milhões. Também não declararam literalmente de quem seria a culpa por esse procedimento.

O ex-secretário reiterou que não autorizou o pagamento e falou em fraude em várias oportunidades, ao dizer que as notas fiscais para o pagamento à Veigamed foram emitidas como se os respiradores já tivessem sido entregues, com a assinatura de Marcia Pauli. “Não tem assinatura minha, não tem despacho meu [para o pagamento]”, afirmou o ex-secretário.

Já a servidora, em mais de uma ocasião, afirmou que Zeferino estava “faltando com a verdade”. Ela bateu na tecla que o fato de ter assinado as notas não configurava autorização para o pagamento das mesmas.

Marcia também insistiu que vários servidores, entre eles Zeferino, sabiam que as compras seriam feitas com pagamento antecipado porque essa seria uma condição mínima para efetivá-las, tendo em vista a elevada procura pelos equipamentos e insumos para combate à Covid-19. Além disso, segundo ela, há registros de compra com pagamento antecipado na Secretaria do Estado da Saúde (SES) no ano passado, quando Zeferino já era o titular da Pasta.

INFLUÊNCIA DE DOUGLAS BORBA

A possível participação do ex-chefe da Casa Civil na compra dos respiradores da Veigamed foi novamente abordada durante a acareação. Marcia reafirmou que houve pressão de Douglas Borba não apenas na questão dos respiradores, mas na compra de EPIs e testes rápidos.

Borba reconheceu que fazia cobranças por resolutividade nos processos, mas negou que pressionasse pela compra de um determinado produto ou fornecedor. Ele também voltou a reafirmar que não indicou Leandro Barros para a compra dos respiradores. Disse que se restringiu a repassar o contato dele para Marcia, sem interferir ou pressionar que Barros fosse escolhido para fornecer os equipamentos.

Marcia, no entanto, reiterou que o ex-chefe da Casa Civil lhe passou o contato de Leandro Barros e que foi Douglas que lhe passou a proposta de compra de respiradores pela Veigamed. O ex-chefe, entretanto, disse que não repassou à servidora uma proposta, mas, sim, um prospecto. “Assim como repassei outros, para ela [Marcia] fizesse a filtragem”, acrescentou.

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