A partir de janeiro, detentos condenados por feminicídio ou tentativa do crime na Penitenciária Industrial de São Cristóvão do Sul, em Curitibanos, passam a integrar um dos primeiros grupos reflexivos conduzidos dentro de uma unidade prisional de Santa Catarina.
A proposta, liderada pelo Poder Judiciário catarinense, tem foco na prevenção de novas violências por meio de debates sobre masculinidades e análise crítica das próprias atitudes.
Como será o projeto
A ação é coordenada pela Vara Criminal de Curitibanos, em parceria com a Vara Regional de Execução Penal e a direção da unidade prisional.
Atualmente em fase de triagem, o grupo contará com 10 detentos, que participarão de encontros quinzenais, totalizando entre 10 e 12 reuniões.
Metodologia ativa e participação supervisionada
Os encontros adotam uma metodologia ativa, estimulando os participantes a compartilhar vivências, ouvir diferentes perspectivas e pensar sobre seus comportamentos.
A condução será feita pelo juiz Edison Alvanir Anjos de Oliveira Junior e por Dianifer Madruga da Silva, ambos facilitadores certificados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
Segundo os responsáveis, a proposta funciona como uma ponte entre a intervenção judicial e o processo de reflexão, dando sentido à obrigatoriedade da medida. O objetivo é claro: reduzir e prevenir novas violências, a partir da desconstrução de padrões de masculinidade que estão na raiz de comportamentos agressivos.
Outras experiências no Estado
O grupo de Curitibanos será uma das primeiras iniciativas desse tipo dentro de presídios catarinenses.
O primeiro grupo reflexivo lançado pelo Judiciário no sistema prisional já está em andamento na comarca de Maravilha, no Oeste do Estado, e serve de referência para essa expansão.














