
Santa Catarina atingiu um marco histórico nas exportações de carne suína em junho e no acumulado do primeiro semestre de 2025, consolidando sua liderança nacional no setor. O estado embarcou 369,2 mil toneladas entre janeiro e junho, com uma receita recorde de US$ 904,1 milhões — o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1997, tanto em volume quanto em valor.
Somente em junho, Santa Catarina exportou 69,8 mil toneladas do produto, gerando US$ 178 milhões, o maior faturamento mensal já registrado pelo setor e o segundo maior volume da série histórica.
A alta nas exportações foi puxada principalmente pela demanda crescente de mercados asiáticos, como Japão, China e Filipinas. O Japão teve papel de destaque, com aumento de 58,1% na receita em comparação ao primeiro semestre de 2024.
Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e sistematizados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
CONFIANÇA INTERNACIONAL NA SANIDADE CATARINENSE
“Santa Catarina tem um histórico de excelência com os mercados mais exigentes do mundo. Temos um controle sanitário rigoroso, o que garante essa confiança. Recentemente, estive no Japão para reforçar o pedido de liberação da exportação de carne bovina catarinense para aquele mercado. Estamos prontos para dar esse novo passo”, afirmou o governador Jorginho Mello.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, o desempenho reforça o protagonismo catarinense:
“Santa Catarina reafirma sua capacidade de atender mercados exigentes com qualidade, sanidade e confiabilidade. O estado foi responsável por mais de 53% das receitas nacionais com exportação de carne suína neste período. Esse recorde é resultado da diversificação de produtos e mercados e da força do nosso agronegócio.”
CARNE DE FRANGO
O desempenho do frango no primeiro semestre de 2025 foi positivo, apesar de retrações em junho. O estado exportou 573,1 mil toneladas, gerando US$ 1,18 bilhão, com crescimento de 1,8% em volume e 9,9% em receitas na comparação com o primeiro semestre de 2024.
Em junho, foram exportadas 76,4 mil toneladas de carne de frango, com receita de US$ 159,3 milhões — quedas de 6,3% volume e de 5,9% no faturamento, frente a maio, reflexo dos embargos impostos por diversos países, após a suspensão temporária devido o foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), em granja comercial, no Rio Grande do Sul – atualmente declarado erradicado.
“Mesmo com os embargos, o setor de frango manteve um desempenho semestral sólido, refletindo o quanto estavam aquecidas as exportações e a capacidade de adaptação frente às adversidades. Também buscamos mostrar aos mercados todo nosso potencial e compromisso com a defesa sanitária”, avalia Chiodini.
O analista da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl explica que em junho houve recuperação parcial nas exportações de carne de frango com destaque para mercados como o Japão (com altas de 136,9% em quantidade e 146,2% em receitas), Arábia Saudita (34% e 27,7%) e os Emirados Árabes Unidos (87,2% e 75,9%). “Dentre os dez principais países importadores da carne de frango catarinense, somente os Países Baixos registraram resultados negativos em junho, o que justifica a queda dos embarques sobre o montante global exportado pelo estado no mês”, enfatiza.
Somando todas as carnes (frango, suínos, bovinos, perus, entre outras), Santa Catarina exportou 974,2 mil toneladas no primeiro semestre, com faturamento de US$ 2,15 bilhões — recorde histórico em receitas para o período desde o início da série, em 1997. Em junho, foram exportadas 151,4 mil toneladas, com receita de US$ 348,8 milhões.
ESTRADA BOA RURAL
Lançado pelo governador Jorginho Mello na primeira semana de julho, o Programa Estrada Boa Rural vai investir R$ 2,5 bilhões para pavimentar 2.500 quilômetros de vias rurais em todos os 295 municípios do estado. Esta fase do já consolidado Estrada Boa pretende impulsionar a espinha dorsal econômica dos setores agrícola e agroindustrial de Santa Catarina. Ao melhorar as condições das estradas, o programa reduzirá diretamente os custos de transporte para os produtores, facilitando o escoamento da produção e fortalecendo toda a cadeia de suprimentos agroindustrial.