MPSC DÁ VOZ À LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA EM NOVO EPISÓDIO DE PODCAST

Tema urgente e pouco discutido ganha destaque no “Momento MPSC”

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) está ampliando o debate sobre violência obstétrica — uma realidade que afeta milhares de mulheres, mas ainda é silenciada, seja por desconhecimento, vergonha ou normalização de práticas abusivas no momento do parto.

No episódio mais recente do podcast “Momento MP”, a jornalista Silvia Pinter conversa com a Promotora de Justiça Raquel Marramon da Silveira, referência no enfrentamento desse tipo de violência, que vai além do hospital e da sala de parto.

O que é violência obstétrica?

“Agressões físicas ou verbais praticadas contra mulheres grávidas, em trabalho de parto ou no pós-parto, cometidas por profissionais da saúde, acompanhantes ou familiares.”

A promotora explica que a violência obstétrica pode assumir muitas formas: humilhações, procedimentos dolorosos sem consentimento, recusa de atendimento e intervenções desnecessárias.

Santa Catarina tem lei pioneira no Brasil

A Lei Estadual nº 17.097/2017 foi uma das primeiras a reconhecer a violência obstétrica como violação dos direitos das mulheres. Atualizações recentes incluíram a criação do Dia Estadual da Conscientização sobre Violência Obstétrica (15 de outubro).

“Falta uma lei federal que trate especificamente do tema”, alerta a promotora.

Invisibilidade e impunidade

“Essa violência é invisibilizada quando não resulta em morte ou lesão grave. Não se encaixa na Lei Maria da Penha e ainda não há uma tipificação penal clara no Brasil.”

A ausência de legislação específica em âmbito federal torna difícil a responsabilização dos agressores e a garantia de proteção efetiva para as mulheres.

Lições da América Latina

Argentina e Venezuela já incluíram a violência obstétrica em leis amplas que tratam da violência contra a mulher. Segundo a promotora, o Brasil poderia adotar modelo semelhante, consolidando todos os tipos de violência de gênero numa única legislação.

Interseccionalidade: quem mais sofre?

“Mulheres negras, de baixa renda, com pouca escolaridade, moradoras de áreas rurais e dependentes do SUS estão entre as mais vulneráveis.”

A promotora destaca que a interseccionalidade — sobreposição de fatores como raça, classe e gênero — torna algumas mulheres ainda mais expostas à violência obstétrica.

É, sim, violência de gênero

“A violência obstétrica é reflexo direto da desigualdade de gênero e dos estereótipos sobre o papel da mulher na sociedade.”

Criar espaços de fala, como o podcast, é fundamental para que mais mulheres reconheçam seus direitos, denunciem abusos e recebam apoio.

Assista e compartilhe

O episódio completo do podcast está disponível no canal do YouTube do Ministério Público de SC. Ouça, informe-se e ajude a ampliar essa conversa.

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