Após uma semana de transtornos, piquetes e paralisações que atingiram milhares de usuários, os trabalhadores do transporte coletivo de Florianópolis aceitaram, na noite de ontem, a proposta das empresas e encerraram a greve. O movimento, embora parcial e com cerca de 15 horas de paralisação em sete dias, teve forte impacto sobre a rotina de quem depende do transporte público para acessar serviços essenciais, ir ao trabalho ou estudar.
O Serviço de Transporte Urbano da capital atende mais de 220 mil pessoas diariamente. Mesmo assim, parte das linhas deixou de circular sem qualquer aviso prévio — em flagrante descumprimento à Lei de Greve, que exige comunicação com antecedência mínima justamente para evitar prejuízos à população.
O impasse girava em torno de reajustes salariais, mas sem pauta clara ou transparente apresentada aos usuários ou mesmo à gestão pública. O consórcio responsável pela concessão dos ônibus sequer apresentou resposta pública durante a semana de paralisações.
Sem ser parte direta das negociações, coube à Prefeitura de Florianópolis intervir como mediadora do conflito para evitar que a situação se agravasse. O acordo selado prevê reajuste de 6% no salário, aumento de 10% no vale-alimentação e gratificação adicional de 10% para motoristas que atuam sem cobradores
Apesar do retorno à normalidade, permanece o alerta: a ausência de diálogo eficaz e o uso recorrente de paralisações em serviços essenciais prejudicam diretamente a população, que segue pagando a conta de disputas entre empregadores e empregados — sem que nenhum dos lados apresente soluções duradouras.