
A mesorregião da Grande Florianópolis abriga dois polos industriais estratégicos com forte inserção internacional: o de embarcações de lazer e o de cerâmica. Dos US$ 252,45 milhões exportados pela região em 2024, US$ 21,8 milhões vieram da venda de iates ao mercado internacional, enquanto a comercialização do setor cerâmico respondeu por US$ 57,24 milhões.
Os dados fazem parte de um levantamento do Observatório Nacional da Indústria, elaborado pelo Observatório FIESC, que mapeou as principais concentrações produtivas estratégicas do Brasil com atuação no comércio exterior.
Exportação como motor de inovação e empregos qualificados
Para o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Gilberto Seleme, o mapeamento dos polos internacionais é essencial para ampliar o desenvolvimento econômico regional.
“Um polo internacional gera empregos qualificados, fomenta a inovação e representa um primeiro passo para a internacionalização das empresas, como ocorreu com a Portobello, referência nas exportações do polo cerâmico”, destaca Seleme.
Grande Florianópolis: força industrial diversificada
Atualmente, a Grande Florianópolis reúne 8,7 mil indústrias, que empregam 91,1 mil trabalhadores. São José lidera em número de empregos industriais (20,9 mil), seguida por Florianópolis (19 mil) e Palhoça (16,9 mil).
Polo náutico: iates catarinenses ganham o mundo
O polo exportador de embarcações conta com 18 estabelecimentos e emprega pouco mais de 1 mil trabalhadores. Palhoça lidera o segmento, concentrando seis empresas e 797 empregados, seguida por Florianópolis e Biguaçu.
Especializado na produção de iates e embarcações de lazer, o setor teve os Estados Unidos como principal destino das exportações em 2024, somando US$ 17,4 milhões. Colômbia e Paraguai também figuram entre os mercados relevantes.
A Schaefer Yachts, uma das principais fabricantes da região, possui representantes em 20 países e exporta 40% de sua produção para os Estados Unidos, segundo o fundador Márcio Schaefer. Já a FS Yatchs atende 15 países.
Santa Catarina responde por cerca de 70% da produção nacional de barcos de lazer, impulsionada por uma indústria reconhecida pela competitividade e inovação.
Cerâmica: tradição industrial com alcance global
O polo exportador de cerâmica reúne 423 estabelecimentos e emprega cerca de 5,6 mil trabalhadores. A produção é voltada principalmente à cerâmica não vitrificada, responsável por US$ 54,64 milhões dos US$ 57,24 milhões exportados pelo setor em 2024.
Os principais destinos são os Estados Unidos (US$ 14,67 milhões), Argentina (US$ 12,45 milhões) e Paraguai (US$ 7 milhões).
A Portobello, maior exportadora da região, exporta a partir da unidade de Tijucas para mais de 80 países e inaugurou, em 2023, uma unidade fabril nos Estados Unidos. Também sediada em Tijucas, a Mosarte comercializa seus produtos em 30 países.














