As arboviroses seguem sendo um desafio crescente em Santa Catarina, especialmente a dengue. Em 2025, o Estado já registrou 20 mortes pela doença, além do aumento dos casos de chikungunya, com primeiros óbitos confirmados.
Com a chegada do período sazonal — quando o clima favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, o governo estadual, através das secretarias da Saúde e da Educação, em parceria com a Federação Catarinense de Municípios (FECAM), estão unindo esforços para intensificar as ações de preparação e combate, diante do potencial aumento de casos nas próximas semanas, com mobilização nas escolas.
Mobilização nas escolas
Entre os dias 27 de outubro e 8 de novembro, escolas municipais, estaduais e privadas vão promover atividades educativas e práticas voltadas à eliminação de criadouros. A ação pretende envolver crianças, educadores e famílias em torno de um mesmo objetivo: reduzir os focos do mosquito.
“Nosso objetivo é unir esforços entre Estado e municípios no enfrentamento à dengue”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
Segundo ele, “somente com a colaboração de todos conseguiremos vencer essa doença e evitar o aumento de casos, que também impactam diretamente a rede de saúde. Contamos com o apoio dos prefeitos e de todos os parceiros para garantir o sucesso dessas ações”, afirmou.
Novo sorotipo e condições climáticas preocupam
De acordo com o diretor da Vigilância Epidemiológica, João Augusto Fuck, a circulação de um novo sorotipo da dengue no Estado pode agravar o cenário.
“As condições climáticas começam a se tornar favoráveis, e podem contribuir para um aumento na transmissão nas próximas semanas e meses. Essa condição eleva o risco de infecções sucessivas e, consequentemente, de formas mais graves da doença. Por isso, o monitoramento epidemiológico e as ações de prevenção tornam-se ainda mais importantes neste momento”, alerta.
Borrifação e inspeções estruturais entre as estratégias
Além das atividades educativas, a campanha inclui a sensibilização sobre a técnica de Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), aplicada pelas secretarias municipais de saúde.
Essa técnica auxilia no controle das larvas do mosquito dentro das residências e prédios públicos.
As escolas também passam por inspeções em calhas, caixas d’água e locais de acúmulo de água, garantindo a segurança de alunos e servidores.
Fecam reforça união entre Estado e municípios
O presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) e prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, destacou o papel das prefeituras:
“A FECAM apoia totalmente a mobilização nas escolas, um passo crucial para engajar crianças e famílias na eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti. Com o apoio do Estado, estamos intensificando a inspeção em estruturas e o uso do biolarvicida. A dengue se combate no quintal de casa, e cada município tem um papel vital. A união de esforços é a chave para vencermos este desafio e proteger a saúde da nossa população”, reitera Topázio Neto.
Vacinação avança entre adolescentes
Como parte do conjunto de ações, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) está intensificando a vacinação contra a dengue em adolescentes de 10 a 16 anos, público contemplado pela campanha.
A imunização já ocorre em 100 municípios das regiões Nordeste, Vale do Itapocu, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí, Oeste, Alto Uruguai Catarinense e Foz do Rio Itajaí.
Educação trabalha tema de forma contínua
Nas escolas estaduais, o combate à dengue faz parte do trabalho pedagógico ao longo de todo o ano letivo.
A temática do Aedes aegypti integra o Currículo Base do Território Catarinense, presente desde o Ensino Fundamental até o Médio, dentro das ações de Educação Ambiental.
A Secretaria de Estado da Educação (SED) também atua junto às secretarias municipais e à comunidade local para articular projetos e oficinas sobre prevenção, sintomas e cuidados com o ambiente.
União de forças para proteger Santa Catarina
Com a mobilização nas escolas, ações educativas e vacinação, o Governo do Estado reforça o compromisso de reduzir os casos de dengue e conscientizar a população sobre a importância da prevenção.
A meta é envolver toda a sociedade na luta contra o mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya — doenças que continuam exigindo vigilância constante.
Ações para eliminar os criadouros do mosquito:
• Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;
• Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios;
• Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água;
• Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas;
• Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana;
• Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas;
• Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto.
