
Reconhecido nacionalmente como o estado mais seguro do Brasil, Santa Catarina vem se consolidando como referência no enfrentamento ao crime organizado e às facções criminosas. Esse protagonismo levou o governador Jorginho Mello a participar, como convidado, nesta quarta-feira em Brasília, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, no Senado Federal.
Ao lado do secretário de Estado da Segurança Pública, Cel. Flávio Graff, e da secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva, o governador apresentou aos senadores as estratégias e políticas públicas que vêm garantindo resultados expressivos na segurança pública catarinense.
Integração, inteligência e prevenção
Durante a oitiva, Jorginho Mello destacou que o trabalho integrado das forças de segurança é um dos pilares do modelo catarinense:
“A gente atua na prevenção, no combate e no controle ao crime. As forças policiais trabalham juntas, conversam entre si e usam inteligência para agir antes mesmo do crime acontecer. Arma não vem do céu, droga não vem do céu. O Governo Federal precisa atuar nas fronteiras”, afirmou.
O governador também ressaltou o volume de investimentos realizados na área: Atualmente, cerca de 12% do orçamento estadual é destinado à segurança pública e
fazendo investimentos históricos nas nossas polícias, valorizando os profissionais, adquirindo equipamentos modernos e qualificando ainda mais as corporações. É um time que sabe o que está fazendo”, disse.
Resultados que colocam SC no topo dos rankings
Os números apresentados reforçam o discurso. Ao longo de 2025, Santa Catarina manteve a liderança em diferentes levantamentos nacionais. O estado ocupa o primeiro lugar no Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), pelo sétimo ano consecutivo.
No Anuário das Cidades Mais Seguras, municípios catarinenses — incluindo Florianópolis — voltaram a figurar entre os mais bem colocados do país. Já o Atlas da Violência e o Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam Santa Catarina como caso de sucesso na redução da violência letal e dos crimes patrimoniais.
Estratégia ousada contra organizações criminosas
O secretário de Segurança Pública, Flávio Graff, reforçou que o enfrentamento ao crime organizado em Santa Catarina é pautado por integração e inteligência.
“Temos uma estratégia ousada. O nosso governador tem um olhar diferenciado para a Segurança Pública. Temos os equipamentos mais modernos, além de toda a valorização do profissional. Temos as Forças de Segurança e nos reunimos constantemente para conversar sobre a situação em SC, para estar um passo sempre adiantado. Usamos a inteligência como eixo central para identificar lideranças, operadores e financiadores do crime organizado”, ressaltou.
Graff também destacou a atuação conjunta de diferentes instituições. Um grupo permanente de acompanhamento e monitoramento de facções reúne forças de segurança, Ministério Público, Judiciário e órgãos federais como PRF, PF e Abin.
“Isso se transforma em ação firme nas ruas”, afirmou.
Segundo o secretário, somente em 2025, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) e a Delegacia de Lavagem de Dinheiro retiraram mais de R$ 50 milhões do crime, enfraquecendo o financiamento das facções.
Domínio do sistema prisional como ferramenta de combate
A secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim, explicou como o controle do sistema prisional faz parte da estratégia estadual.
“A identificação de lideranças ocorre já na porta de entrada do sistema. Quando isso não acontece ali, entra o trabalho da inteligência”, detalhou.
Danielle também destacou o uso do trabalho prisional como ferramenta de segurança pública. Hoje temos 35% dos presos trabalhando, são quase 11 mil presos trabalhando, e quase todos querem trabalhar, mas fazemos uma seleção. É feita toda uma análise de segurança da unidade prisional. Se ele é faccionado não colocamos para trabalhar, porque isso é estratégia de combate ao crime organizado”, detalhou Danielle.
Estavam presentes ainda a secretária da Articulação Nacional, Vânia Franco, o secretário adjunto da SSP, Sinval Santos da Silveira Junior, o comandante-geral da PMSC, Emerson Fernandes, e o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel.
Queda histórica nos homicídios
Os dados mais recentes confirmam o impacto das políticas adotadas. Entre 1º de janeiro e 30 de novembro de 2025, Santa Catarina registrou uma queda de 15,4% nos homicídios, passando de 456 casos em 2024 para 386 neste ano.
Na comparação com 2022, quando o estado contabilizou 473 homicídios no mesmo período, a redução é ainda mais expressiva. Os meses de junho, julho, agosto e setembro de 2025 apresentaram os menores índices de homicídios dos últimos 18 anos para esses respectivos períodos,consolidando consistentemente a redução da violência letal.
Investimentos recordes e ataque ao financiamento do crime
Por trás da queda dos índices está um conjunto robusto de investimentos e estratégias. Atualmente, 12% do orçamento do Estado é destinado à segurança pública. Somente em 2024, os aportes nas forças de segurança chegaram a cerca de R$ 1,2 bilhão. Além disso, o Estado concedeu um aumento salarial de 21,5%, o maior aumento real da história das carreiras da segurança pública catarinense.
No enfrentamento direto às facções criminosas, Santa Catarina adota protocolos unificados de inteligência, monitoramento e repressão, com domínio absoluto sobre o sistema prisional, isolamento de lideranças, limitação da comunicação ilícita e integração permanente entre Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Polícia Científica e Ministério Público.
Entre 2023 e 2025, somente as delegacias especializadas, de Repressão ao Crime Organizado e de Lavagem de Dinheiro, apreenderam mais de R$ 120 milhões em bens ligados às organizações criminosas, enfraquecendo financeiramente as facções. O estado também se destaca pela alta resolutividade dos inquéritos policiais, com índices superiores a 99% nos casos envolvendo organizações criminosas.














