FIESC COBRA MEDIDAS URGENTES CONTRA TARIFAÇO DOS EUA E ALERTA: RISCO DE DEMISSÕES EM SC

Presidente da FIESC, Gilberto Seleme (à esq.), e o economista-chefe da Federação, Pablo Bittencourt. (foto: Filipe Scotti)

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) deu um novo passo na defesa da indústria catarinense diante das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A entidade encaminhou ao Fórum Parlamentar Catarinense um pacote de propostas para inclusão na Medida Provisória 1.309/25, que cria o Plano Brasil Soberano.

O tema foi debatido em uma live nesta segunda-feira, com a presença do presidente da FIESC, Gilberto Seleme, do senador Esperidião Amin, do diplomata Marcos Troyjo e do economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt.

“O impacto é real: pedidos cancelados e risco de fechamento de empresas”

Segundo Seleme, parte significativa do setor produtivo catarinense já enfrenta cancelamentos de contratos, férias coletivas e acordos de redução de jornada e salários.

“Estamos fazendo todo o possível para reduzir o impacto do tarifaço. Em setembro, participaremos de uma missão da CNI aos EUA para buscar alternativas e defender nossas empresas”, afirmou.

Santa Catarina no centro do impacto

O setor moveleiro, forte na região de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, é um exemplo da dimensão do problema.
• Em 2024, exportou US$ 123,4 milhões em móveis, equivalente a 47% das exportações do setor em SC e 14% do total nacional.
• Só no primeiro semestre de 2025, já foram US$ 63,3 milhões exportados.

As propostas da FIESC para proteger empresas e empregos

Entre as medidas encaminhadas ao Congresso, a entidade defende:
Exclusão de novas exigências trabalhistas às exportadoras já impactadas.
Ampliação das compras públicas de produtos industriais nacionais (móveis escolares, uniformes, materiais de construção etc.).
Desoneração integral da folha de pagamento das empresas que exportam para os EUA enquanto durarem as tarifas.

Inclusão de médias e grandes empresas nos benefícios do REINTEGRA.
Flexibilização de contratos de trabalho, incluindo férias coletivas, banco de horas negativo e diferimento do FGTS.

Cenário internacional sem perspectivas de alívio

O senador Esperidião Amin destacou a falta de diálogo entre Brasil e EUA.
Já Marcos Troyjo, diplomata e ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), foi direto:

“Não vejo perspectiva de normalidade no curto prazo.”

O que está em jogo

Empregos em risco: com o tarifaço, indústrias já sinalizam cortes.
Santa Catarina como termômetro: estado concentra setores mais expostos às exportações para os EUA.
Pressão política: propostas da FIESC podem definir os rumos da MP 1.309/25 e a sobrevivência de centenas de empresas.

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