ENCARGOS FEDERAIS AUMENTAM A CONTA DE LUZ EM 13,53% A PARTIR DO DIA 22 DE AGOSTO EM SC

Sem os encargos federais que não ficam com a Celesc, o reajuste seria de apenas 5,67%.

Deliberando a alta dos encargos setoriais federais que são obrigatoriamente repassados ao consumidor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira o reajuste anual da tarifa da Celesc. O aumento médio será de 13,53%, válido em toda a área de concessão da distribuidora a partir de 22 de agosto de 2025.
Sem os encargos setoriais — que não ficam com a Celesc — o reajuste seria de apenas 5,67%.

Tarifas continuam abaixo da média nacional

Apesar da alta, a tarifa residencial da Celesc segue abaixo da média brasileira e acompanhando a inflação. Nos últimos quatro anos, o valor acumulado ficou inferior ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), que mede custos ao produtor, consumidor e construção civil.

Reajuste por perfil de consumidor:
• Residências (90% dos clientes da Celesc): +12,3%
• Grupo A (alta tensão – grandes indústrias): +15,8%
• Grupo B (baixa tensão – pequenos comércios e áreas rurais): +12,41%

O que compõe a conta de luz

A fatura é dividida em duas parcelas:
• Parcela A: valores que a Celesc apenas repassa a outros agentes, como geração, transmissão e encargos setoriais.
• Parcela B: custos da própria Celesc, incluindo manutenção da rede e investimentos.
Hoje, de cada R$ 100 pagos na conta, apenas R$ 15,80 ficam com a Celesc.

Principais motivos para o aumento

O reajuste foi pressionado, principalmente, pela alta de 36% na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em relação a 2024. Esse fundo federal financia programas e subsídios como:
• Tarifa Social para famílias de baixa renda
• Incentivos para fontes renováveis
• Programa Luz para Todos
• Subsídios para regiões isoladas

Além disso, medidas provisórias do Governo Federal ampliaram os custos da CDE, entre elas:
• MP 1.232: ampliou os custos cobertos pela CDE
• MP 1.300: aumentou benefício da Tarifa Social
• MP 1.304: alterou o modelo de arrecadação da CDE, sem reduzir imediatamente os gastos

Comparativo com anos anteriores
• 2023: indústrias tiveram redução média de 0,81% e residências alta de 3,64% (inflação de 3,99%).
• 2024: aumento médio geral de 3,02% (inflação de 4,5%).
• 2025: alta média de 13,53%, puxada por encargos setoriais, fora do controle da Celesc.
Em resumo

O reajuste de 2025 não reflete aumento de custos operacionais da Celesc, mas sim a alta dos encargos setoriais federais, que são obrigatoriamente repassados ao consumidor.

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