
O Teatro Hermelinda Izabel Merize, no Centro Multiuso de São José, ganhou cores, música e reflexões nesta terça-feira na abertura do 2º Seminário “Novembro é Todo Dia”, promovido pela Secretaria Municipal de Educação, por meio do setor de Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER).
Mais de 1,8 mil profissionais da rede de ensino participam do encontro, que marca dois dias de troca de experiências, formação e apresentação de iniciativas voltadas à educação antirracista.
Cultura negra abre a programação
A manhã começou com a apresentação cultural das equipes e estudantes do CEM Solemar e do CEM Altino Flores, que deram o tom da proposta do seminário: celebrar identidades, visibilizar histórias e reafirmar o combate ao racismo dentro das escolas.
“É emocionante ver nossas crianças e nossos profissionais assumindo o protagonismo de uma educação que combate o racismo e valoriza as diferenças. São José faz um compromisso público com uma cidade mais justa, começando pela escola”, afirmou o prefeito Orvino Coelho de Ávila, destacando o caráter permanente das ações voltadas à promoção da igualdade racial.
Reflexões sobre práticas antirracistas no cotidiano escolar
Ao longo do dia, o público acompanhou momentos de estudo e discussões sobre currículo, linguagem e relações étnico-raciais na educação.
A palestra “Epistemologias que transformam: Educação Antirracista no Cotidiano Escolar”, conduzida pela professora Carol Carvalho, reforçou a importância de repensar a escola a partir da valorização das identidades negras e indígenas.
Diversas escolas compartilharam iniciativas que já fazem parte do cotidiano da rede municipal:
• CEI São Luiz – “Tecendo saberes e cores conhecendo a Arte”
Trabalhos que usam a arte como caminho para discutir ancestralidade e diversidade com as crianças.
• CEI Profª Araci Olívia da Silva
Práticas de valorização das culturas afro-brasileiras e africanas na educação infantil, reforçando o caráter contínuo dessas ações.
• Citesj – Centro de Inovação e Tecnologia Educacional
Mostrou como a formação continuada apoia professores na ressignificação de práticas antirracistas.
• CEI San Marino – “Do Zumbido ao Ubuntu: Aprendendo com as Abelhas e a África”
Projeto que conecta natureza, coletividade e valores africanos.
• CEM Vilson Kleinubing – “Nossa Identidade – Projeto Antirracismo”
As apresentações culturais do CEI Ana Sperandio, manhã e tarde, reforçaram o poder da arte no processo educativo.
Encerrando os períodos, os Grupos de Trabalho Multiplicadores organizaram e registraram as experiências para ampliar o alcance dentro da rede.
Tarde de debates, inclusão e novas narrativas
A programação vespertina manteve o ritmo:
• CEI Júlia Francisca – “Aprendendo com a Zuri – Conto Africano Ubuntu”
Aproxima as crianças das narrativas africanas e da ideia de coletividade.
• CEI Antônio Joaquim (Lisboa) – “As culturas do Brasil pelo olhar da infância”
Mostra como as crianças percebem e reinterpretam a diversidade brasileira.
• CEI Antônio de Quadros
Ações de valorização das identidades negras no ambiente escolar.Conversa com o professor Rodrigo Mioto
Reflexão sobre o papel dos educadores como mediadores de debates sensíveis.
• CEM Amélia Ludwig
Apresentação emocionante de música em Libras, reforçando a diversidade como pauta inclusiva.
• CEI Vida Nova – “Literatura e formação ERER”
Uso de livros com protagonismo negro e indígena para ampliar repertórios e referências.
• CEI Eloí Nietsche – “Fios, Infâncias e as Crianças”
A estética e o cuidado com os cabelos como gesto de afeto, afirmação e identidade.
ERER: o setor que articula a transformação
O setor de Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) tem coordenado ações e apoiado projetos que colocam a diversidade no centro do planejamento pedagógico.
A coordenadora Rosa Maria da Silveira de Jesus destacou:
“As unidades de ensino de São José trabalham a temática étnico-racial durante todo o ano letivo, não apenas em uma data. Quando dizemos que ‘Novembro é todo dia’, estamos afirmando que a educação antirracista precisa ser contínua, intencional e presente em todas as práticas da escola. Nosso compromisso é valorizar a diversidade, reconhecer que somos diferentes – e que isso é uma riqueza – e enfrentar o racismo de maneira concreta, no cotidiano”.
Compromisso da rede: educação que transforma realidades
A secretária de Educação, Cláudia Macário, reforçou a importância de incorporar a pauta racial ao cotidiano escolar:
“A educação tem um papel central na construção da sociedade que queremos. Quando apoiamos projetos como o ‘Novembro é Todo Dia’, garantimos que o debate sobre a cultura afrodescendente, a identidade e o combate ao racismo não fique restrito a uma data simbólica. Ele entra na rotina da escola, nas aulas, nas brincadeiras, nas rodas de conversa. É assim que formamos crianças e estudantes conscientes, que respeitam as diferenças e ajudam a transformar a realidade”, afirmou Cláudia.
“Garantimos que o debate sobre identidade e combate ao racismo entre na rotina da escola, nas aulas, nas brincadeiras e nas rodas de conversa.”
Continuidade do seminário
O 2º Seminário “Novembro é Todo Dia” segue até esta quarta-feira (19), socializando experiências e fortalecendo práticas de igualdade racial em toda a rede municipal.
O primeiro dia encerrou com forte sentimento de pertencimento e compromisso coletivo:
a construção de uma cidade antirracista começa pela escola e pelas práticas cotidianas que acolhem e valorizam todas as identidades.
Programação desta quarta-feira (19)
Matutino
8h – Solenidade de abertura
Apresentação Cultural CEM Solemar e CEM Altino Flores
8h30 – Palestra “Epistemologias que transformam: Educação Antirracista no Cotidiano Escolar” – Profª Carol Carvalho
9h – CEI Vila Formosa – “Representatividades Negras”
9h10 – CEM Solemar – “Calendário das Personalidades Negras”
9h20 – CEI Luar – “A África vive em nós”
9h30 – CEM Antônio Francisco Machado – “NOVEMBRO É TODOS OS DIAS: Fomentando momentos de reflexões sobre a ERER no CEM Antônio Francisco Machado”
9h40 às 9h55 – Intervalo
10h – Conversa com o Prof. Rodrigo Mioto
10h30 – CEI Maria Minervina – “Manifestações culturais afro-brasileiras e indígenas”
10h40 – CEI Rosângela Caldas – “Arte e ancestralidade nas infâncias”
10h50 – Grupo de Trabalho Multiplicadores
11h10 – Encerramento
Vespertino
14h – Solenidade de abertura
Apresentação Cultural CEM Solemar e CEM Altino Flores
14h30 – Palestra “Epistemologias que transformam: Educação Antirracista no Cotidiano Escolar” – Profª Carol Carvalho
15h – CEM Interativo
15h10 – CEI Los Angeles – “A África que nos habita”
15h20 – CEI Eli Teresinha de Senna – “Projeto piloto: Cores da nossa história: potencializando culturas, representatividade e identidades”
15h30 às 15h45 – Intervalo
15h50 – Conversa com o Prof. Rodrigo Mioto
16h20 – CEI Bom Jesus de Iguape
16h30 – CEI Ana Sperandio – “Projetos: O Pequeno Príncipe Preto e Literatura Afro-Brasileira – A Sacola Viajante com Zuri”
16h40 – CEM Santa Terezinha – “Resgate de conhecimentos tradicionais (indígenas e quilombolas)”
16h50 – Grupo de Trabalho Multiplicadores
17h10 – Encerramento













