A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, tem tudo para favorecer o comércio exportador de Santa Catarina. O Estado, que já tem como fator positivo nas vendas externas a sua economia diversificada e a produção industrial, reconhecidas internacionalmente, avança em oportunidades de aumentar as exportações e atrair investimentos em meio às competições comerciais entre os dois países.
EUA e China, já são os principais destinos da produção catarinense vendida para fora do país. Em 2024, os EUA compraram US$ 1,7 bilhão de Santa Catarina, enquanto a China aparece na sequência com US$ 1,3 bilhão. Também com o conflito comercial, o estado pode aumentar as exportações, ganhar novos mercados e impulsionar a competitividade.
A questão comercial entre os dois países surge como uma janela de oportunidade para a economia catarinense. “Essa disputa global que envolve taxação e embargo tem sido uma oportunidade para o nosso estado. Se os EUA aumentam a taxa do produto chinês, o nosso fica ainda mais competitivo. Se a China cria barreiras para os produtos americanos, precisa comprar mais de outros fornecedores, como Santa Catarina”, destaca o governador Jorginho Mello que está em missão comercial nos Estados Unidos.
Ontem, EUA e China anunciaram uma trégua na guerra tarifária. No entanto, o acordo dura apenas 90 dias, período em que seguirão em negociações. Essa indefinição abre, portanto, oportunidades para que os produtos catarinenses ocupem mais espaço na pauta exportadora. Em geral, os EUA importam de Santa Catarina diversos produtos industrializados, como madeira, máquinas e equipamentos, móveis, bem como geradores de energia. Já a China compra principalmente carne suína, frango e soja.
SC EM MISSÃO COMERCIAL
Nesta semana, o governador Jorginho Mello está em missão nos EUA junto a secretários de Estado e lideranças empresariais de Santa Catarina. O foco é apresentar os potenciais de Santa Catarina, inclusive os produtos mais competitivos no mercado internacional, e atrair novos investimentos em infraestrutura, turismo e logística. “Além de parcerias com o setor público, queremos atrair novos investimentos privados para gerar empregos. A segurança, a qualidade da educação e a mão de obra catarinense são diferenciais que encantam quem conhece o estado”, afirma o governador.
O Estado vive um bom momento econômico. No ano passado, o PIB registrou um crescimento de 5,3%, bem acima da média nacional. A indústria também cresceu, 7,7%, o maior percentual do país, conforme o IBGE. Os números se refletem também nas vendas para o mercado externo. No primeiro quadrimestre de 2025, Santa Catarina registra alta de 7,5% nas exportações, com envio para mais de 200 destinos pelo mundo. Os principais produtos são frango, carne suína, motores e geradores elétricos, soja, bem como madeira. A pauta exportadora catarinense é marcada pelo alto valor agregado em comparação com a média brasileira.
O secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck, destaca também o bom ambiente de negócios em Santa Catarina. “O estado aposta no empreendedorismo. Portanto, cria políticas para facilitar a abertura de empresas, oferece crédito subsidiado, como é o caso do Pronampe SC, e incentiva o investimento por meio de incentivos fiscais. Além disso, a eficiência dos portos e aeroportos e a inovação são diferenciais. Isso tudo garante um ambiente de negócios mais sólido para atração de investimentos internacionais e aumento das exportações”, afirma.
Hoje, a comitiva catarinense nos EUA participou de uma série de eventos com lideranças empresariais brasileiras e americanas. O governador Jorginho Mello falou no painel “As relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos”. O evento também reúne outros governadores. São eles: Claudio Castro (Rio de Janeiro); Eduardo Leite (Rio Grande do Sul); Gladson Cameli (Acre); Ibaneis Rocha (Distrito Federal); Raquel Lyra (Pernambuco); Renato Casagrande (Espírito Santo); Ronaldo Caiado (Goiás) e Mateus Simões (vice-governador de Minas Gerais).