COMISSÃO APROVA PROJETO DO SENADOR ESPERIDIÃO AMIN QUE DEFINE NORMAS PARA AERONAVES ELÉTRICAS DE DECOLAGEM VERTICAL

Senado avança em regulamentação para eVTOLs no transporte urbano. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou nesta terça-feira (16) a proposta que estabelece regras para o uso de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical — os chamados eVTOLs — no transporte de passageiros e cargas em áreas urbanas. O texto, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça.

O eVTOL veio para ficar. No aeroporto de Navegantes já temos projetos em andamento para que veículos não tripulados de decolagem e aterrissagem vertical possam prestar serviços complementares, tanto no transporte de cargas quanto no transporte de passageiros — disse Esperidião Amin.

O que muda na legislação

O projeto altera quatro marcos legais para inserir a “mobilidade aérea avançada” como parte da mobilidade urbana:
Código Brasileiro de Aeronáutica
Estatuto das Cidades
Política Nacional de Mobilidade Urbana
Lei da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)

A proposta define a mobilidade aérea avançada como o deslocamento frequente de pessoas e cargas por via aérea em áreas urbanas ou entre cidades próximas.

Regras de operação e fiscalização

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) será responsável por:
* habilitar veículos e operações aptas;
* regulamentar serviços com liberdade de preços e itinerários, via autorização (mais flexível que concessão);
* criar zonas e corredores aéreos prioritários para aeronaves;
* estabelecer normas para vertiportos — estruturas públicas integradas ao sistema urbano para embarque e desembarque.

Aeronaves autônomas e responsabilidades

O texto também prevê:
* operação de aeronaves autônomas ou remotamente pilotadas, inclusive com possibilidade de um comandante controlar várias ao mesmo tempo;
* transferência da responsabilidade civil ao operador, mesmo em falhas de sistemas automatizados;
* flexibilização da validade mínima de bilhetes aéreos para serviços de mobilidade urbana.

Impacto urbano e ambiental

No caso dos vertiportos, caberá à Anac conduzir estudos de impacto ambiental e de vizinhança, ouvindo autoridades locais. Os planos de transporte urbano integrado deverão se alinhar às diretrizes da aviação civil, com prioridade para tecnologias de baixa emissão de poluentes e ruído.

Financiamento da mobilidade aérea

A proposta altera a Lei da Cide para permitir que recursos arrecadados sejam aplicados não apenas na redução do uso de combustíveis automotivos, mas também aeronáuticos. A medida abre caminho para financiar a infraestrutura necessária ao funcionamento dos eVTOLs.

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