ÀS 23H42 DE HOJE: ESTAÇÃO MAIS FRIA DO ANO CHEGA COM GEADA, CICLONE E PAISAGENS CONGELADAS EM SANTA CATARINA

Proteção e Defesa Civil reforça a importância da prevenção, do monitoramento e dos cuidados com a população durante os meses mais frios do ano. (Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Arquivo / SECOM)

O inverno no hemisfério sul tem início na noite de hoje, às 23h42, com previsão de temperaturas rigorosas, baixa umidade e a possibilidade de fenômenos climáticos extremos em Santa Catarina. A estação, que vai até 22 de setembro, marca o período do ano com menor incidência de radiação solar sobre o hemisfério sul — resultado da inclinação do eixo da Terra — o que reduz o tempo de luz durante o dia e favorece as madrugadas geladas.

Em Santa Catarina, a estação mais fria do ano é sinônimo de geadas, nevoeiros densos, dias ensolarados e, não raramente, neve e sincelo (congelação da chuva) nas áreas de maior altitude. Regiões como o Planalto Sul, Serra, Meio-Oeste e o Alto Vale do Itajaí são as mais atingidas pelas massas de ar polar que avançam sobre o estado ao longo da estação. Esses sistemas de alta pressão atmosférica, também chamados de anticiclones, criam condições propícias para temperaturas negativas e formações invernais típicas, como o sincelo — uma fina película de gelo que cobre superfícies após o congelamento das gotículas de neblina.

Ao mesmo tempo em que o frio se intensifica, os volumes de chuva tendem a cair significativamente. O inverno catarinense costuma registrar os menores índices pluviométricos do ano, com predomínio de tempo seco e céu limpo. Isso se deve à menor disponibilidade de umidade na atmosfera, o que inibe a formação de nuvens. Ainda assim, Santa Catarina não entra em uma estação seca como ocorre em partes do Centro-Oeste ou Sudeste. Frentes frias e ciclones extratropicais seguem atuando ao longo do inverno, especialmente no litoral, mantendo a possibilidade de chuvas e instabilidades localizadas.

Esses  sistemas também podem trazer transtornos, como ventos intensos, ressacas e mar agitado. A atuação de ciclones extratropicais — alguns mais próximos da costa, outros formados no alto-mar — deve continuar provocando episódios de ventania, que oferecem riscos à navegação, às comunidades pesqueiras e às áreas urbanas litorâneas. Nas últimas temporadas de inverno, episódios de destelhamentos e queda de árvores tornaram-se mais frequentes, especialmente entre julho e agosto.

Outro fenômeno recorrente nesta época são os bloqueios atmosféricos, que ocorrem quando sistemas de alta pressão permanecem estacionários, impedindo o avanço de novas frentes frias. Isso gera dias seguidos de tempo seco, grande amplitude térmica e ar estagnado, especialmente no Oeste e no Litoral. Nessas situações, é comum amanhecer com geada e tardes com temperaturas que podem ultrapassar os 20 °C.

Com um cenário climático que mescla frio intenso, eventos extremos e momentos de tranquilidade atmosférica, o inverno de 2025 em Santa Catarina promete reforçar sua fama como um dos mais rigorosos do Brasil — mas também um dos mais belos, sobretudo nas paisagens congeladas da Serra.

MONITORAMENTO E ALERTAS

A Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina acompanha de forma contínua a atuação dos sistemas meteorológicos, analisando diariamente as condições do tempo e do clima, com o objetivo de informar e proteger a população. Durante todo o inverno, a emissão de alertas será intensificada, principalmente nas situações de frio extremo, formação de geadas, ventos fortes, ressacas e eventos de precipitação intensa no litoral.

Os alertas são fundamentais para que a população se prepare com antecedência, adote medidas de autoproteção e minimize os riscos. É importante que todos acompanhem os canais oficiais da Proteção e Defesa Civil e mantenham o cadastro ativo no sistema de alertas via SMS, enviando seu CEP para o número 40199. Também é possível acompanhar as atualizações pelos aplicativos e redes sociais oficiais.

SAÚDE: CUIDADOS E PREVENÇÃO

O frio intenso traz consigo riscos adicionais para grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas em situação de rua e animais domésticos. É essencial que a população esteja atenta, se organize e colabore, especialmente em ações solidárias, como doação de roupas, cobertores e alimentos.

Além disso, é necessário reforçar os cuidados com aquecedores e sistemas de calefação. Equipamentos utilizados de forma inadequada, em ambientes fechados e sem ventilação, podem gerar acidentes, como incêndios ou intoxicação por monóxido de carbono.

Outro ponto de atenção são os riscos associados à formação de geada, que pode impactar diretamente na agricultura, nas estradas e na rede elétrica. A formação de sincelo, quando ocorre, também pode causar danos à infraestrutura urbana e rural, além de representar risco para pedestres e motoristas.

 

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