Nesta segunda-feira, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, foi instalada oficialmente a Frente Parlamentar do Futebol Catarinense, coordenada pelo deputado Mário Motta (PSD).
O ato reuniu dirigentes de clubes, representantes da FCF, Polícia Militar, juristas do direito desportivo, torcedores, ex-atletas e profissionais da imprensa esportiva.
A proposta: construir coletivamente um novo capítulo para o futebol catarinense, com foco em organização, segurança e inclusão social.
Na abertura, o deputado Mário Motta destacou que “nenhum de nós construirá o futebol de Santa Catarina sozinho”.
Para o parlamentar, o estado, que representa apenas 1% do território nacional, mas é referência em tecnologia, agroindústria, exportações e inovação, tem condições de repetir o mesmo sucesso no esporte mais popular do país, desde que haja união entre poder público, clubes, torcidas, segurança e iniciativa privada. “Santa Catarina precisa pensar grande também no futebol. Não para ser o mais rico, mas para ser o mais organizado, o mais eficiente e o mais planejado”, afirmou.
Segurança: da punição coletiva para a responsabilidade individual
Um dos pilares da Frente é o combate à violência nos estádios. Motta ressaltou o Projeto de Lei 0636/2025, que redefine a responsabilização em episódios de violência:
a punição deixa de recair sobre clubes ou torcidas (CNPJ) e passa a atingir diretamente os agressores identificados (CPF).
Principais medidas do PL
– Multas entre R$ 1 mil e R$ 50 mil, com agravamento por reincidência;
– Banimento de até 24 meses de eventos esportivos;
– Participação obrigatória em programas educativos de cultura de paz;
– Apuração administrativa imediata, independente do processo criminal;
– Destinação dos recursos ao Fundo Estadual de Segurança Pública e ao Fundo de Assistência Social.
“A maioria não pode pagar pelos erros de uma minoria ínfima”, disse o deputado.
Inclusão: camarotes sensoriais e políticas públicas permanentes
Segurança, para a Frente, também envolve acessibilidade e acolhimento.
Mário Motta anunciou a destinação de recursos para a construção de três camarotes sensoriais adaptados para pessoas com TEA e seus acompanhantes, nos estádios de Avaí, Figueirense e Chapecoense.
Os espaços também serão usados em contraturno escolar por APAEs e projetos sociais, com articulação para garantir financiamento contínuo via fundos estaduais.
Além disso, o parlamentar destacou o edital de emendas participativas, aberto para todos os clubes profissionais do estado.
Case de sucesso: Marcílio Dias
O clube de Itajaí garantiu recursos para:
– ações sociais nas categorias de base;
– reforma da cozinha;
– implantação de um centro de memórias.
“Os clubes catarinenses são patrimônio cultural do nosso estado. Patrimônio se protege, se cuida, se valoriza.”
Empresariado catarinense: um chamado direto para investir em SC
Em um dos momentos mais aplaudidos, Motta fez um apelo aos empresários do estado:
grandes marcas catarinenses investem pesado no futebol de outros estados, mas ainda pouco nos clubes locais.
“Aportem aqui. Invistam aqui. Fortaleçam aqui.”
O deputado reforçou que o fortalecimento dos clubes movimenta turismo, comércio, hotelaria e a identidade cultural de Santa Catarina.
Ele também destacou que o poder público não financiará contratações ou pagamento de dívidas, mas atuará para tornar os clubes mais atraentes ao mercado.
Um novo capítulo para o futebol de SC
Motta encerrou convocando todos os parlamentares a unirem esforços:
“É hora de servir Santa Catarina. O futebol é vetor socioeconômico poderoso, capaz de mudar realidades.”
A Frente Parlamentar nasce comprometida com:
– ouvir clubes e torcidas;
– formular políticas públicas modernas;
– trazer especialistas nacionais e internacionais para debates;
– elevar o nível de organização e segurança do esporte;
– fortalecer a identidade catarinense no cenário nacional.
“A rivalidade deve ficar no gramado. Fora dele, a união é o caminho para conquistas maiores.”














