ALESC: FRENTE PARLAMENTAR FORTALECE APOIO À FRUTICULTURA CATARINENSE E AMPLIA COMBATE AOS EFEITOS DO GRANIZO

Audiência em São Joaquim: anúncio de linha de crédito e novos investimentos em tecnologia para produtores de maçã. (FOTO: Daniel Conzi/Agência AL)

A Frente Parlamentar em Defesa dos Produtores de Maçã tem se consolidado como um canal permanente de diálogo na Assembleia Legislativa de Santa Catarina para tratar das demandas da fruticultura catarinense.
No sábado, durante audiência pública  em São Joaquim, o deputado Lucas Neves, coordenador da Comissão, anunciou investimentos para ampliação de tecnologias para diminuir os impactos do granizo e também uma linha de crédito para a recuperação da produção.

“Estamos trabalhando junto ao governo do Estado em projetos que reduzam os efeitos de condições severas, como o granizo. Temos um fruto de qualidade reconhecida mundialmente, mas apenas 20% dos pomares contam com telas de proteção, o que deixa nossa produção vulnerável. Precisamos ampliar os subsídios para cobertura dos pomares”, reforçou o parlamentar.

Produção catarinense em números

A Serra Catarinense reúne mais de 2 mil fruticultores, em sua maioria pequenos agricultores. O Brasil produz 600 mil toneladas de maçã por ano; 66% vêm de SC (400 mil toneladas e São Joaquim responde por 63% da colheita estadual e cerca de 30% da produção nacional.

A atividade movimenta R$ 1,5 bilhão por ano, garantindo milhares de empregos diretos e indiretos.
Entre 2020 e 2023, a área cultivada cresceu 16,3%, alcançando 14.026 hectares. A produtividade média de SC é de 35 mil kg por hectare, bem acima do Rio Grande do Sul (27,2 mil kg/ha).

Defesa da cadeia produtiva

“Nosso papel enquanto Frente Parlamentar é defender a cadeia produtiva da maçã para que tenhamos mais incentivo e apoio aos fruticultores”, destacou Lucas Neves.

A presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amapsc), Scheila Zanetti, comemorou a mobilização.

“Estamos felizes porque a Alesc está olhando de forma efetiva para a agricultura familiar. Esse olhar atento para a produção da maçã é um marco histórico”, afirmou.

Investimentos e crédito aos produtores

Durante o encontro, o secretário de Estado da Agricultura, Carlos Chiodini, anunciou ações do governo aos produtores. “Lançamos o projeto Recupera Maçã SC, com foco na reposição de mudas e na reconstrução de estruturas de proteção dos pomares, como as telas antigranizo. Cada unidade familiar poderá acessar até R$ 100 mil, com pagamento em cinco parcelas anuais, iguais, sem juros ou correção, e com desconto de 30% para quem quitar dentro do prazo”, explica.

Serão beneficiados agricultores enquadrados no Pronaf (exceto os que possuem mais de quatro módulos fiscais) e no Pronamp.

Neste ano, os impactos provocados pelo granizo – ocorrido no dia 19 de abril de 2025 –, prejudicaram aproximadamente 83 produtores de maçã do município de São Joaquim, com perdas estimadas em mais de R$ 17,5 milhões.

Para Scheila Zanetti, a linha de crédito trará fôlego aos pequenos agricultores:

“O custo da produção é alto e a cobertura de telas é a forma mais eficaz de proteger os pomares. Esse crédito vai permitir que os pequenos produtores possam investir e ter mais segurança.”

O técnico agrícola Siomar de Lima complementou:

“O maior desafio é a insegurança climática. Com apoio e linha de crédito, os produtores terão mais condições de investir em tecnologias como o telamento.”

Tecnologia aliada à produção

Parece ficção científica, mas os canhões anti-granizo são realidade, já utilizada em Santa Catarina. O secretário Chiodini anunciou o repasse de até R$ 4,1 milhões do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR) para ampliar o Sistema de Combate ao Granizo no município de São Joaquim.
O valor será destinado à instalação de 43 geradores de solo automáticos e para manutenção e operação do sistema antigranizo.

O que são e como funcionam os canhões

Os equipamentos disparam projéteis carregados com iodeto de prata, uma substância que atua como catalisador para promover a formação de chuva ou fragmentar pedras de granizo, protegendo lavouras.
O iodeto de prata tem uma estrutura cristalina semelhante à do gelo, servindo como núcleo para que as gotas de água ou vapor se condensem e formem cristais de gelo. Esses cristais de gelo, em excesso e menores, fragmentam as pedras de granizo preexistentes ou se aglomeram para formar chuva, aumentando a precipitação na área desejada.

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