
Estima-se que cerca de 150 mil catarinenses convivam diariamente com dores e desconfortos causados pela fibromialgia, síndrome crônica caracterizada por dor generalizada, fadiga, distúrbios do sono e outros sintomas incapacitantes.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença afeta 3% da população brasileira, atingindo principalmente mulheres entre 7 e 9 a cada 10 pacientes.
Santa Catarina é referência nacional em legislação
O Parlamento catarinense ganhou destaque no cenário nacional ao aprovar uma legislação inédita que reconhece pessoas com fibromialgia como Pessoas com Deficiência (PcD), garantindo prioridade no atendimento e acesso a benefícios. A norma inspirou, inclusive, uma legislação federal recente.
Para fortalecer políticas públicas voltadas ao tema, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Maurício Peixer (PL) e em parceria com a Escola do Legislativo, promoveu um ciclo de quatro encontros regionais. O último ocorreu nesta quarta-feira em Itajaí, reunindo gestores, profissionais de saúde, pacientes e familiares.
“Doença invisível”: dor constante e necessidade de acolhimento
Autor da Lei 18.928/2024, que equipara pacientes com fibromialgia a PcD, o deputado Maurício Peixer destacou que os encontros regionais ampliam a visibilidade do tema.
“Quem tem essa doença é invisível aos olhos da sociedade. Agora essas pessoas são vistas”, afirmou.
Peixer lembrou que o Estado já emitiu cerca de 10 mil carteirinhas de identificação pela FCEE, o que representa um marco no reconhecimento dos pacientes.
Apesar dos avanços, o deputado reforça que há desafios: não existe cura e a dor persiste, exigindo tratamentos contínuos e multidisciplinares.
Pacientes celebram reconhecimento, mas ressaltam desafios diários
A vice-presidente da Associação Catarinense de Pessoas com Fibromialgia, Andreia Silva Soares, que convive com a síndrome há 15 anos, explica que o maior obstáculo é tornar a dor perceptível.
“Convivemos com dor crônica todos os dias, mas quem nos olha não enxerga. Somos vistos como pessoas normais”, afirma.
Para ela, a carteirinha trouxe conforto, reconhecimento e prioridade no atendimento, além de fortalecer a rede de apoio. Andreia também destacou a importância do diagnóstico correto e da troca de experiências nos seminários regionais.
Práticas integrativas ganham espaço no tratamento
A homeopata Tami Calil, palestrante do seminário, apresentou as 29 Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) que podem auxiliar no manejo da fibromialgia.
Segundo ela, o foco é tratar corpo e mente de forma complementar:
“A ansiedade e a depressão são tratadas junto com as dores físicas, para melhorar a autoestima e o bem-estar.”
Em Itajaí, o Centro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CEPICS) é referência e oferece diversas abordagens, como:
• Terapia Comunitária Integrativa (TCI) – promove apoio mútuo e troca de experiências;
• Acupuntura, auriculoterapia, meditação e aromaterapia – aliadas no cuidado da saúde mental, emocional e física.
Perguntas Frequentes
Qual foi o foco do seminário em Itajaí?
Debater políticas públicas e ações de cuidado integrativo para pessoas com fibromialgia, reunindo gestores, profissionais da saúde, pacientes e familiares.
Qual legislação estadual trata da fibromialgia em SC?
A Lei 18.928/2024, de autoria do deputado Maurício Peixer, que reconhece as pessoas com fibromialgia como pessoas com deficiência (PcD) em Santa Catarina.
O que é a Carteira de Identificação das Pessoas com Fibromialgia?
Documento emitido pela FCEE que garante reconhecimento, visibilidade e prioridade de atendimento às pessoas com fibromialgia no estado.
Quais tipos de tratamento foram destacados no evento?
Práticas integrativas e complementares, como Terapia Comunitária Integrativa, acupuntura, auriculoterapia, meditação, aromaterapia e outras PICS oferecidas pelo CEPICS de Itajaí.
Quem promoveu o ciclo de encontros regionais sobre fibromialgia?
A Comissão de Saúde da Alesc, por iniciativa do deputado Maurício Peixer, em parceria com a Escola do Legislativo.













